Este cãozinho aí estava à beira da morte. Não tinha pelos, pele, ossos, nada. Tinha tanta verme que praticamente elas saiam durante a defecação. Sem a presença de nenhum vermífugo! Ele andava dois passos e se coçava. Aliás, era um passo. Eu o encontrei em uma parada de ônibus na Avenida Antônio Aleixo, perto do extinto Motel Cê Qui Sabe quando eu estava voltando da casa da minha irmã. Ele estava embaixo do banco com frio e com muita fome.
Quando eu saía para a Ufam tinha que coloca-lo em uma caixa, suspensa em um banco. Eu estava sem grana, sem grana mesmo. Liso, leso e louco. Meu salário de estagiário do Museu Amazônico estava atrasado em três meses. Bom, na falta de remédios fugi para o bom e velho conhecimento tradicional e benzutei o rasga-saco todos os dias com... Andiroba e Copaíba!
Deu certo. Com o tempo ele começou a sarar, nascer pelos. As curubas e sarnas foram morrendo. Bem, o vermifugo meu amigo Alex me arranjou. Porra, não vou esquecer do dia em que ele colocou defecou muitos vermes. Pensei que ele iria morrer. Devido aos vermes, após as refeições, sua barriga ficava muito redonda e mal conseguia passar pelas grades da porta. Mamãe dizia que ele parecia com um baiacu. Bem, dei a ele o nome de Fedido; mamãe de Fedorento e Suricate, devido a sua semelhança com os suricates.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir