sábado, 7 de janeiro de 2012

A Viagem à Venezuela - Capítulo 2: Rumo à Pacaraima

Não é dificil para homens de boa intenção e vontade moverem o Rio Aqueronte. Nem os deuses podem fazê-lo. Mas os deuses são criações dos homens, logo o Aqueronte não existe. O que existe são pessoas puxa-sacos que manipulam, através de alguma influência, as decisões. Hoje sei que uma influência maligna estava por tráz da trapalhada da assinatura do projeto. Mas isto é passado. Que vá para o Inferno!

Bem, na estrada em Roraima, a ficha ainda caia. Ygor Buda, Celso, Fábio, Calouro, Júlio, Patrícia e Diego estavam comemorando com algumas Brahmas - apesar de ter sido desaconselhado o consumo. Passamos por cidades, vilarejos, campos. Boas paisagens. Lá pelas 14H00 o banheiro já estava com um cheiro fedido futum de urina. Mas eles estavam felizes naquele cheiro localizado na traseira do ônibus. Na frente estavam o restante tirando fotos, conversando e comendo.



Mas eu não estava nem um pouco relaxado. Será que iríamos entrar naquela bodeca de país? E se na hora não houvesse ônibus para nos levar para dentro do país? E se ao chegar lá, as rotas de ônibus estivessem esgotadas e nem todos pudessem ir? E se houvesse apenas ônibus para domingo ou segunda, onde iríamos ficar? Estava foda. Todos rindo e eu preocupado demais. Volta e meia eu perguntava do Júlio se havia rota, hotel, se iríamos entrar no país. Ele me traquilizava e dizia que sim. O cara falava com toda a propriedade porque vive viajando para Margarita, mas eu estava preocupado demais. Cheguei a dizer a ele e a Michele que só ficaria calmo quando entrasse no país e quando todos os outros estivessem em uma rota de ônibus (caso o da UFAM não pudesse trafegar no país) para Maracaibo.

A viagem de ônibus e carro também são cansativas demais. Nossas belas e pavimentadas estradas são tão boas que nos propiciaram uma boa velocidade e um bom sono... Bem, entramos num dos trechos mais chatos da BR 174. São aproximadamento 100 KM de trecho "pavimentado". O ônibus vai em uma velocidade assustadora. Uma maravilha... É tão maçante que dá uma agonia. Me deu vontade de sair do ônibus. Não sei os outros.

pelo meio-dia paramos em um restaurante de estrada. O lugar era bem legal. Mas eu não queria gastar meu dinheiro. Preferia comer os biscoitos e refrigerantes que comprei para o consumo geral. Eu não queria gastar minha grana comendo cortes caros de carnes; preferia era estourar tudo na Venezuela. Mas quando eu vi o Ygor comendo um prato estilo Monte Fugi, me dirigi até ele e perguntei o preço. A todos que pretendem viajar para a Venezuela: a carne na estrada de Roraima é muito barata! Comi uma porção gorda de maminha por R$ 3,00! Carne é barata porque há muitas fazendas de corte na estrada. O que é achei caro foi o feijão, já é de praxe ser caro, o arroz e outros. Mas o prato final saiu por R$ 6,75. Terminamos o almoço e zarpamos. No caminho mais paisagens bonitas.


By Júlio Lira. Rio Urubu
pelas 15H00 chegamos em Boa Vista. Paramos em um posto de gasolina para abastecer o buzão. Se em Manaus a gasolina e diesel são caros, imagine lá! Facada de R$ 270,87. Meio tanque. Bem, após as meninas visitarem o banheiro e alguém comprar um Pringles, o buzão seguiu viagem. Nosso destino agora era Pacaraima. Pé na estrada. Chegamos em Pacaraima por volta das seis da noite. Do ônibus vi a fronteira. Conversando com o motorista, ele me falou que depois da fronteira, na cidade de Santa Elena, podia-se pegar ônibus para qualquer parte da Venezuela. Fiquei tranquilo. Havia um porto rodoviário lá. Mais paisagens e uma olhada no Monte Roraima.


By Liviane Cativo
O motorista nos levou até o posto da fronteira. Tiramos muitas fotos. Podíamos atravessar a fronteira porque estava acontecendo o carnaval fora de época lá em Santa Elena. O Carnaval dos Homens Desnudos. Mas fomos aconselhados pelos motoristas a não atravessar por motivos de segurança. Aqui vai a dica: se chegar na fronteira a tarde e ainda puder atravessar, não o faça. Durma em Pacaraima. Caso ocorra roubo de seu carro ou coisa pior, você não estará coberto pela lei em Santa Elena. Os hotéis são baratos em Pacaraima. É apenas uma noite. 

By Júlio Lira. Um dos vários hotéis em Pacaraima. Os preços são amigáveis.



Bien, alguns alugaram quartos para dormir e cederam para outros colegas tomarem banho. Uma parte jantou no porto rodoviário e outros procuraram em outros locais algo para comer. Alguns foram beber e comemorar. Vários dormiram no buzão. Ao amanhecer, tomamos um bom café, tiramos fotos, conversamos. Às oito da manhã partimos para a fronteira.

By Fábio Guelber. Alguns navegantes do norte: em cima - Jenifer, Patrícia, Liviane, Celso, Samuel, o motorista Douglas e Ygor. Abaixo: Adonildo, Prof Kátia, Kaká e Michele.
Primeira parada: posto da polícia federal. Atendimento traquilo, tratamento excelente. Atravessamos e paramos na Aduaneira de Santa Elena de Uairem. Bem, na sexta-feira, 11 de Março de 2011, após toda a dificuldade, soubemos que não presicava mais de passaporte para entrar na Venezuela. E ainda continua assim. Basta a identidade. Mas é melhor ir com passaporte. É um conselho. Bem, na aduaneira venezuelana, diferente da brasileira, esperamos a boa vontade dos funcionários nos darem os vistos ou o Permisso - que é fornecido para quem não possui o passaporte - um papel-xerox que permite sua entrada no país. Uma longa fila e uma funcionária bem humorada nos esperava. Olha que legal! Bem, como já havia sido anunciado, não podíamos entrar na Venezuela com o ônibus da UFAM. Nos informamos o que era preciso. Segundo os funcionários era preciso apenas da autorização do cônsul de Roraima. Todo o aperto e assalto do Consulado em Manaus era balela. Uma pena porque não havia tempo para ir em Boa Vista. Mas o buzão podia ir até a cidade de Santa Elena.

By Chirsleide Lopes. Vista da Aduaneira de Santa Elena de Uairen

Após milhares de fotografias e uma olhada no plano chavista de dominação da América do Sul, zarpamos para Santa Elena.

By Liviane Cativo. Propaganda chavista de socialismo

Em breve o Capítulo 3: Santa Elena. O que fazer, onde comer, câmbio, passagens.

Capítulo 1 - Em Manaus aqui

4 comentários:

  1. Que massaaaaaaa! Adorei, faça mais!

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  2. Ae Samuel, ficou muito bom, parabéns! Viva a memória! Viagem inesquecível...abraços!!

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  3. mas cade o cambio? paula

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